Eletrônica dentro da área da informática - Parte II

Antes de condenar a placa-mãe devemos testar o resto dos componentes para nos certificarmos que estes não estão causando o problema.  A pesquisa por defeitos em uma placa-mãe envolve testes com o menor número possível de componentes. O que devemos fazer?
Primeiro ligamos a placa-mãe na fonte, no botão ligar (POWER) e no alto falante. Instalamos também memória RAM, mesmo que em pequena quantidade. O PC deverá funcionar sem problemas. A partir daí, começamos a adicionar outros componentes, como teclado, placa de vídeo, e assim por diante, até descobrir onde ocorre o defeito. Nessas condições, o defeito provavelmente não está na placa-mãe, e sim em outro componente defeituoso ou então causando conflito. Mas se desde o inicio o PC não funcionar, vamos testar a Fonte, Memória RAM, e Processador. O teste deverá ser feito em uma máquina que suporte os mesmos, se após o teste mesmo assim o PC não ligar podemos dizer que o problema esta na Placa mãe. Antes de condená-la definitivamente, vamos ver os procedimentos que podemos fazer:
 
Confira os jumpers - Todos os jumpers da placa-mãe devem ser conferidos. Erros na programação dos clocks e voltagens do processador impedirão o seu funcionamento. As placas de CPU possuem um jumper relacionado com o envio de corrente da bateria para o CMOS. Se este jumper estiver configurado de forma errada, a placa-mãe poderá ficar inativa. Verifique, portanto como este jumper está programado, mas em geral será preciso consultar o manual da placa-mãe.


Chipset danificado - Quando temos uma placa de diagnóstico, a detecção de problemas pode ser muito facilitada. Mesmo quando a placa-mãe está inativa, alguns códigos de POST podem ser exibidos. Se o código do POST diz respeito a um erro nos controladores de DMA, controladores de interrupção ou timers (circuitos que fazem parte do chipset), podemos considerar a placa como condenada, já que não será possível substituir o chipset. 

BIOS danificado - Uma placa-mãe pode estar ainda com o BIOS defeituoso (uma placa de diagnóstico apresentaria este resultado, o display ficaria apagado). Não é possível substituir o BIOS pelo de outra placa (a menos que se trate de outra placa de mesmo modelo), mas você pode, em laboratório, experimentar fazer a troca. Mesmo não funcionando, este BIOS transplantado deverá pelo menos emitir mensagens de erro através de beeps. Se os beeps forem emitidos, não os levem em conta, já que este BIOS é inadequado. Os beeps apenas servirão para comprovar que o defeito estava no BIOS original. Se beeps não forem emitidos, você ainda não poderá ter certeza absoluta de que o BIOS antigo estava danificado. Sendo um BIOS diferente, o novo BIOS poderá realmente travar nas etapas iniciais do POST, não chegando a emitir beeps. Por outro lado, uma placa de diagnóstico deve apresentar valores no seu display, mesmo com um BIOS de outra placa, e mesmo travando. Isto confirmaria que o BIOS original está defeituoso. Uma solução para o problema é fazer a sua substituição por outro idêntico, retirado de uma outra placa defeituosa, mas de mesmo modelo, com os mesmos chips, o que é bem difícil de conseguir. Em um laboratório equipado com um gravador de ROM, seria possível gravar um novo BIOS, a partir do BIOS de uma placa idêntica ou a partir de um arquivo contendo o BIOS, obtido através da Internet, do site do fabricante da placa-mãe.


Capacitor danificado - A placa-mãe pode estar com algum capacitor eletrolítico danificado. Infelizmente os capacitores podem ficar deteriorados depois de alguns anos. O objetivo dos capacitores é armazenar cargas elétricas. Quando a tensão da fonte sofre flutuações, os capacitores evitam quedas de voltagens nos chips, fornecendo-lhes corrente durante uma fração de segundo, o suficiente para que a flutuação na fonte termine. Normalmente existe um capacitor ao lado de cada chip, e os chips que consomem mais corrente são acompanhados de capacitores de maior tamanho, que são os eletrolíticos. Com o passar dos anos, esses capacitores podem apresentar defeitos, principalmente assumindo um comportamento de resistor, passando a consumir corrente contínua. Desta forma, deixam de cumprir o seu papel principal, que é fornecer corrente aos chips durante as flutuações de tensão. Toque cada um dos capacitores e sinta a sua temperatura. Se um deles estiver mais quente que os demais, provavelmente está defeituoso. Retire o capacitor suspeito e faça um teste com o multímetro para comprovar o seu defeito. Faça a sua substituição por outro equivalente ou com maior valor. Note que um capacitor eletrolítico possui três indicações: voltagem, capacitância e temperatura. Nunca troque um capacitor por outro com parâmetros menores. Você sempre poderá utilizar outro de valores iguais ou maiores. Por exemplo, um capacitor de 470 uF, 10 volts e 105°C pode ser trocado por outro de 470uF, 12 volts e 105°C, mas nunca por um de 1000 uF, 12 volts e 70°C (apesar de maior capacitância e maior voltagem, a temperatura máxima suportada é inferior), muita atenção nesta parte.  


Cristais danificados - As placas de CPU possuem vários cristais, como os mostrados na figura da próxima página. Esses frágeis componentes são responsáveis pela geração de sinais de clock.


Nem todos os clocks são gerados diretamente por cristais. Existem chips sintetizadores de clocks, esses chips geram o clock externo para o processador e outros clocks necessários à placa-mãe, como por exemplo, o clock necessário ao barramento USB. Todos esses clocks são gerados a partir de um cristal de 14,31818 MHz, o mesmo responsável pela geração do sinal OSC. Se tiver dificuldade em comprar esses cristais, você pode retirá-los de qualquer placa-mãe antiga e defeituosa, obtida em uma sucata de componentes eletrônicos. Tome muito cuidado ao manusear esses cristais, pois são muito sensíveis. Se você deixar cair no chão, certamente serão danificados. 
Obs: Publicamos um testador de cristais, que será muito útil para este tipo de manutenção.

 
Reguladores de voltagem - Esses são os componentes responsáveis por gerar as tensões necessárias aos processadores. Recebem em geral 5 volts ou 3,3 volts (dependendo da fonte) e geram tensões programadas pelo usuário, de acordo com as voltagens interna e externa requeridas pelos processadores. Alguns geram tensões fixas, outros podem gerar tensões variáveis. Infelizmente é muito difícil fazer a substituições desses componentes, pois várias placas de CPU diferentes utilizam os mais variados modelos de reguladores. Em laboratórios bem equipados, podemos encontrar catálogos com informações sobre milhares de transistores, diodos, reguladores e semicondutores de todos os tipos. Esses catálogos possuem também tabelas de referência, a partir das quais é possível encontrar modelos equivalentes de outros fabricantes. Um técnico paciente pode localizar um regulador em um desses catálogos e descobrir equivalentes disponíveis no mercado nacional, fazendo assim a substituição.

 
Superaquecimento
Todos os processadores modernos necessitam de uma ventoinha para dissipar o calor que é produzido durante o seu funcionamento. O problema é que muitos micros são montados com ventoinhas subdimensionadas, isto é, que não conseguem refrigerar o processador corretamente. Com isso, ele se aquece demais e acaba "travando".

Problemas com a ventoinha da fonte
A ventoinha existente dentro da fonte de alimentação do micro, aquela que você vê na parte de trás de seu PC e serve para ventilar a parte interna do micro e não só a fonte de alimentação.
Como o ar quente sobe, a ventoinha "puxa" esse ar quente para fora do gabinete. Como consequência, ar frio entra através das ranhuras existentes na parte da frente do gabinete. É por esse motivo que a ventoinha do gabinete sopra o ar para fora do gabinete, e não o contrário. Veja como funciona a circulação de ar em um gabinete na figura abaixo. 

 
Infelizmente, algumas fontes de alimentação são montadas de forma errada, com a ventoinha invertida, jogando ar frio para dentro do gabinete. Quando isso acontece, há retenção de calor e o micro superaquece, pois o ar quente existente dentro dele não consegue sair (veja o esquema da figura abaixo). Se o seu micro possui a ventoinha invertida, você deve corrigir o problema, abrindo a fonte e invertendo a posição dela.


Caso a direção do cooler da sua fonte esteja correta mas mesmo assim o micro ainda esteja superaquecendo, você pode instalar um novo cooler no gabinete, ligando-o na placa mãe, ou direto na fonte.
   

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