Primeiro ligamos a placa-mãe na fonte, no botão ligar (POWER) e no alto falante. Instalamos também memória RAM, mesmo que em pequena quantidade. O PC deverá funcionar sem problemas. A partir daí, começamos a adicionar outros componentes, como teclado, placa de vídeo, e assim por diante, até descobrir onde ocorre o defeito. Nessas condições, o defeito provavelmente não está na placa-mãe, e sim em outro componente defeituoso ou então causando conflito. Mas se desde o inicio o PC não funcionar, vamos testar a Fonte, Memória RAM, e Processador. O teste deverá ser feito em uma máquina que suporte os mesmos, se após o teste mesmo assim o PC não ligar podemos dizer que o problema esta na Placa mãe. Antes de condená-la definitivamente, vamos ver os procedimentos que podemos fazer:
Confira os jumpers
- Todos os jumpers da placa-mãe devem ser conferidos. Erros na
programação dos clocks e voltagens do processador impedirão o seu
funcionamento. As placas de CPU possuem um jumper relacionado com o
envio de corrente da bateria para o CMOS. Se este jumper estiver
configurado de forma errada, a placa-mãe poderá ficar inativa.
Verifique, portanto como este jumper está programado, mas em geral será
preciso consultar o manual da placa-mãe.
Chipset danificado -
Quando temos uma placa de diagnóstico, a detecção de problemas pode ser
muito facilitada. Mesmo quando a placa-mãe está inativa, alguns códigos
de POST podem ser exibidos. Se o código do POST diz respeito a um erro
nos controladores de DMA, controladores de interrupção ou timers
(circuitos que fazem parte do chipset), podemos considerar a placa como
condenada, já que não será possível substituir o chipset.
BIOS danificado
- Uma placa-mãe pode estar ainda com o BIOS defeituoso (uma placa de
diagnóstico apresentaria este resultado, o display ficaria apagado). Não
é possível substituir o BIOS pelo de outra placa (a menos que se trate
de outra placa de mesmo modelo), mas você pode, em laboratório,
experimentar fazer a troca. Mesmo não funcionando, este BIOS
transplantado deverá pelo menos emitir mensagens de erro através de
beeps. Se os beeps forem emitidos, não os levem em conta, já que este
BIOS é inadequado. Os beeps apenas servirão para comprovar que o defeito
estava no BIOS original. Se beeps não forem emitidos, você ainda não
poderá ter certeza absoluta de que o BIOS antigo estava danificado.
Sendo um BIOS diferente, o novo BIOS poderá realmente travar nas etapas
iniciais do POST, não chegando a emitir beeps. Por outro lado, uma placa
de diagnóstico deve apresentar valores no seu display, mesmo com um
BIOS de outra placa, e mesmo travando. Isto confirmaria que o BIOS
original está defeituoso. Uma solução para o problema é fazer a sua
substituição por outro idêntico, retirado de uma outra placa defeituosa,
mas de mesmo modelo, com os mesmos chips, o que é bem difícil de
conseguir. Em um laboratório equipado com um gravador de ROM, seria
possível gravar um novo BIOS, a partir do BIOS de uma placa idêntica ou a
partir de um arquivo contendo o BIOS, obtido através da Internet, do
site do fabricante da placa-mãe.
Capacitor danificado - A placa-mãe pode
estar com algum capacitor eletrolítico danificado. Infelizmente os
capacitores podem ficar deteriorados depois de alguns anos. O objetivo
dos capacitores é armazenar cargas elétricas. Quando a tensão da fonte
sofre flutuações, os capacitores evitam quedas de voltagens nos chips,
fornecendo-lhes corrente durante uma fração de segundo, o suficiente
para que a flutuação na fonte termine. Normalmente existe um capacitor
ao lado de cada chip, e os chips que consomem mais corrente são
acompanhados de capacitores de maior tamanho, que são os eletrolíticos.
Com o passar dos anos, esses capacitores podem apresentar defeitos,
principalmente assumindo um comportamento de resistor, passando a
consumir corrente contínua. Desta forma, deixam de cumprir o seu papel
principal, que é fornecer corrente aos chips durante as flutuações de
tensão. Toque cada um dos capacitores e sinta a sua temperatura. Se um
deles estiver mais quente que os demais, provavelmente está defeituoso. Retire o capacitor suspeito e faça um teste com o multímetro para comprovar o seu defeito.
Faça a sua substituição por outro equivalente ou com maior valor. Note
que um capacitor eletrolítico possui três indicações: voltagem,
capacitância e temperatura. Nunca troque um capacitor por outro com
parâmetros menores. Você sempre poderá utilizar outro de valores iguais
ou maiores. Por exemplo, um capacitor de 470 uF, 10 volts e 105°C pode
ser trocado por outro de 470uF, 12 volts e 105°C, mas nunca por um de
1000 uF, 12 volts e 70°C (apesar de maior capacitância e maior voltagem,
a temperatura máxima suportada é inferior), muita atenção nesta parte.
Cristais danificados - As placas de CPU
possuem vários cristais, como os mostrados na figura da próxima página.
Esses frágeis componentes são responsáveis pela geração de sinais de
clock.
Nem todos os clocks são gerados diretamente por
cristais. Existem chips sintetizadores de clocks, esses chips geram o
clock externo para o processador e outros clocks necessários à
placa-mãe, como por exemplo, o clock necessário ao barramento USB. Todos
esses clocks são gerados a partir de um cristal de 14,31818 MHz, o
mesmo responsável pela geração do sinal OSC. Se tiver dificuldade em
comprar esses cristais, você pode retirá-los de qualquer placa-mãe
antiga e defeituosa, obtida em uma sucata de componentes eletrônicos.
Tome muito cuidado ao manusear esses cristais, pois são muito sensíveis. Se você deixar cair no
chão, certamente serão danificados.
Obs: Publicamos um testador de cristais, que será muito útil para este tipo de manutenção.
Reguladores de voltagem - Esses são os
componentes responsáveis por gerar as tensões necessárias aos
processadores. Recebem em geral 5 volts ou 3,3 volts (dependendo da
fonte) e geram tensões programadas pelo usuário, de acordo com as
voltagens interna e externa requeridas pelos processadores. Alguns geram
tensões fixas, outros podem gerar tensões variáveis. Infelizmente é
muito difícil fazer a substituições desses componentes, pois várias
placas de CPU diferentes utilizam os mais variados modelos de
reguladores. Em laboratórios bem equipados, podemos encontrar catálogos
com informações sobre milhares de transistores, diodos, reguladores e
semicondutores de todos os tipos. Esses catálogos possuem também tabelas
de referência, a partir das quais é possível encontrar modelos
equivalentes de outros fabricantes. Um técnico paciente pode localizar
um regulador em um desses catálogos e descobrir equivalentes disponíveis
no mercado nacional, fazendo assim a substituição.
Superaquecimento
Todos
os processadores modernos necessitam de uma ventoinha para dissipar o calor que é produzido durante o seu
funcionamento. O problema é que muitos micros são montados com
ventoinhas subdimensionadas, isto é, que não conseguem refrigerar o
processador corretamente. Com isso, ele se aquece demais e acaba
"travando".
Problemas com a ventoinha da fonte
A
ventoinha existente dentro da fonte de alimentação do micro, aquela que
você vê na parte de trás de seu PC e serve para ventilar a parte interna
do micro e não só a fonte de alimentação.
Como o ar quente sobe, a ventoinha "puxa" esse ar
quente para fora do gabinete. Como consequência, ar frio entra através
das ranhuras existentes na parte da frente do gabinete. É por esse
motivo que a ventoinha do gabinete sopra o ar para fora do gabinete, e
não o contrário. Veja como funciona a circulação de ar em um
gabinete na figura abaixo.
Infelizmente, algumas fontes de alimentação são
montadas de forma errada, com a ventoinha invertida, jogando ar frio
para dentro do gabinete. Quando isso acontece, há retenção de calor e o
micro superaquece, pois o ar quente existente dentro dele não consegue
sair (veja o esquema da figura abaixo). Se o seu micro possui a
ventoinha invertida, você deve corrigir o problema, abrindo a fonte e
invertendo a posição dela.
Caso a direção do cooler da sua fonte esteja
correta mas mesmo assim o micro ainda esteja superaquecendo, você pode
instalar um novo cooler no gabinete, ligando-o na placa mãe, ou direto
na fonte.
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